Pode parecer estranho, mas é possível estimular os bebês desde a barriga, através da fala, da música ou do balanço do nosso corpo.
Após o nascimento muitos pais ficam um pouco “perdidos” sobre como interagir com os pequenos, mas pode ser mais fácil do que vocês imaginam, vem que vou te mostrar!
0-3 meses:
Nos três primeiros meses, eles estão vivendo a chamada exterogestação (como se fosse uma continuação da vida uterina fora da barriga) e adoram nosso colo, balanço ritmado do corpo e os chamados sons brancos (de rio, de chuva, de secador de cabelo, pois se assemelham ao som de dentro do útero). Existem alguns brinquedos que fazem esses sons e podem ser usados inclusive para ajudar na hora do soninho.
O chão é essencial para o desenvolvimento dos bebês, por isso use e abuse! Não precisa ser direto no chão gelado, ok?! Dá para usar um tatame, tapete ou coberta e deixar o bebê começar a explorar (tanto de barriga para cima quanto de bruços).
É importante lembrar que no começo eles enxergam cerca de 30 cm, que é a distância do peito ao rosto da mãe, e apenas o contraste de cores. Nesse momento, é possível interagir com o seu bebê através de imagens em preto e branco (como uma zebra, por exemplo). Colocando-a perto do rosto da criança (cerca de 15-20cm) você vai perceber que ela fixa brevemente o olhar e depois se dispersa, é uma graça de ver!
A posição de bruços ou “tummy time” pode ser realizada direto no chão, ou com o apoio de uma almofada, com alguns brinquedos do outro lado (como chocalhos coloridos). Ressalto que alguns bebês não gostam muito de ficar nessa posição, então dá para fazer isso no colo dos pais/avós/tios e interagir através da fala, do toque, de caretas…
Com o passar dos meses, esse bebê vai criando mais consciência do meio externo e fica mais entretido olhando alguns brinquedinhos. Nesse momento o tapete de atividades, chocalhos com sons suaves e livrinhos podem ajudar nessa interação.
3-4 meses:
Eles começam a lateralizar, então é super gostoso colocá-los do chão, com brinquedos ao lado, porque ficam curiosos e querem olhar. Também dá para usar o tapetinho de atividades com os brinquedos suspensos e balançando, além de chocalhos e livrinhos.
4-6 meses:
Iniciam o movimentos de pivotear (rodar em seu próprio eixo) e já controlam bem o pescocinho, com isso ficam mais animados quando colocados de bruços e gostam de girar para os lados. Um bambolê com brinquedinhos/fitas costuma chamar a atenção, assim como chocalhos, argolas e livros coloridos.
6-10 meses:
Haja coluna! Agora já temos um bebê mais independente, que provavelmente está se arrastando/engatinhando e tentando escalar. Essa é a hora de rever a segurança da casa, proteger quinas e pontas, bem como cuidar dos objetos pequenos.
Nessa fase eles gostam muito de bolas, rolinhos, brinquedos de encaixe simples, joão bobo, bloquinhos para empilhar, mesa de atividades e livrinhos coloridos.
Existem também os brinquedos “adaptados” tipo tampa de panela, potes de plástico, esponjas, lixas… Tudo isso também leva a estimulação sensorial! É uma delícia!!
10-12 meses:
Agora eles já estão mais “profissionais” em escalar e começam a ensaiar os primeiros passinhos. Nessa fase eles se divertem com painéis sensoriais, livrinhos, blocos de empilhar, brinquedos de encaixe, mesinha de atividades, sempre abusando do colorido… Além disso, dá para fazer algumas brincadeiras com caixas de papelão (arrastar na caixa, ou montar circuitos) ou com garrafinhas com água colorida… É diversão garantida!
Ana Luiza Castro Possidente ( www.instagram.com/analuiza_pediatra)
Formada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, fez residência médica em Pediatria e
Neonatologia na UNICAMP.
É também especialista em Pediatria pela Sociedade
Brasileira de Pediatria e Mestra em Ciências da Saúde pela UNICAMP.
Apaixonada pelo universo infantil, especialmente a primeira infância, se transformou
após o nascimento de seu filho Henrique, hoje com 8 meses.
Divide seu tempo entre a maternidade, a UTI neonatal, atendimento ao recém-nascido em sala de parto humanizada e o consultório. Atua com
muito amor e carinho para oferecer um atendimento individualizado e atencioso às crianças e suas
famílias.